"Com o controle na mão
revirando os canais da TV, como se mais esse domingo fosse igual.
A muito essa sensação
não era comum a mim... Deslocada talvez, mas com a certeza de que este foi o
melhor caminho.
E muitos pensam que
serei eternamente fadada a todo aquele inferno ao qual me prendi esses anos,
(que me perdoem os leitores mais cultos) mas que se foda tudo isso!
Desde sempre me agarrei
a ideia de que amar significava doar-se de forma incondicional e para tanto eu
deveria suportar qualquer coisa ou situação. Isso não se comprovou ao longo dos
anos, mas me fez entender a importância que eu tenho para mim mesma e para
outras pessoas que estão ao meu redor.
Me tornei forte,
desapegada e fria em muitas vezes, mas acima de tudo nunca fui tão eu.
Ouvi ela dizer que eu
sou muito superior a ela, que ela jamais conseguiria fazer tudo o que eu já
fiz... Sim, isso de fato é verdade! Não que eu seja superior, ou melhor, ou
qualquer outra coisa do tipo, mas eu sei bem a importância que as pessoas têm
em minha vida e sei diferenciar o passageiro do que deve permanecer em minha
vida.
Algumas pessoas se
escondem de mais e deixam a vida e as oportunidades passarem, outras escolhem
lutar por coisas que não fazem bem, mentem, enganam e dessa forma vão vivendo
mesmo sem nunca se sentirem bem ou de fato completas.
Eu continuo no meu
recanto interno, vazia e por muitas vezes só, mas de consciência limpa.
Hoje muito mais que
sonhos, estou concretizando planos. E mesmo com tudo, eu estou crescendo,
amadurecendo...
Deixo a vocês a imagem
da menina frágil que se foi e os vestígios de uma Aline que não existe mais.
Acreditem no que quiser
ou não acreditem, estou bem distante de tudo e sei que entre os restos disso
tudo eu encontrei o meu lugar. Renascida em meio a tudo que todos preferem
ignorar."
Aline Alves