"1, 2, 3 passos
E os carros passam em um
movimento orquestrado
O pipoqueiro pacato, o homem
fumando no ponto de táxi e o grupo de ambulantes na esquina se perdem em meio
ao tic tac das horas que não param.
E ainda assim o vento insiste em
fazer curvas entre os prédios e levar consigo tantas coisas que ninguém vê no
vai e vem da cidade.
Realmente existem coisas no
coração das pessoas que ninguém deve saber.
Batidas , compassos, pensamentos,
reflexões, inseguranças, certezas, ressentimentos, marcas e de fato quem eu
sou?
Na água da fonte molham-se vidas
secas, sob o sol morno que bate no chão buscando romper as sombras que se
espalham pelos cantos.
Creio que na verdade se
comprometer e compenetrar vale mais do que viver como se o amanhã fosse certo
ou se ele não existisse.
Quem sou? Talvez alguém de bem,
mas certamente alguém melhor do que era no verão passado.
E no número 13 ficou a fumaça do
que assombra...
E a cidade não para entre 1, 2, 3
tic tacs e eu sigo em um monólogo interno que me torna diferente do que a
maioria dos olhos podem ver ao iluminar dos faróis dos carros."
Aline Alves
Nunca pare de escrever, conserve sempre esse seu dom incrível
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