"O caderno sobre a cama desarrumada
A voz quase muda de uma alma calada
Tantos livros empoeirados na estante
E os olhos perdido entre pensamentos distantes
Por dentro um grito ecoa intenso e reprimido
Tão forte e torturante quanto o choro contido
Alguns murmúrios e ideias desordenadas
O que machuca mais a presença ou a falta de
palavras?
O que se espera de algo desgastado e mergulhado no
fim?
Notei que não espero mais nada nem de mim.
Corro os olhos pelo quarto e vejo que me quebro em
cada canto
São tantos anseios em prateleiras e medos escondidos
em gavetas
Que mesmo imersa no desanimo, ainda me espanto
Fecho os olhos e ouço a voz e o som do violão
Me encolho ao lado da caixa de som
Seguro tudo em mim mais uma vez
Esperando que aquela mesma chama venha me aquecer
Essa chama que a tanto queima tão intensamente
Deveria acender alguma esperança em minha mente
Mas ela tão somente devasta qualquer tentativa
Destrói equitares de invenções e expectativas
Mas se o fogo foi feito para queimar
Deixe o tempo levar os dias
E que tudo queime na fogueira mais alta
E esconda os dias marcados pela dor da falta."
Aline Alves
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