ÚLTIMAS PALAVRAS


"Entre fins inoportunos e palavras não pensadas. De quantas atitudes equivocadas você precisa para aprender que está errada? Quantas vezes eu te disse, quantas vezes eu avisei, quantas vezes eu chorei, clamei?... Em vão! Seu orgulho tomou a sua cabeça e hoje você paga pela a sua ambição.
É tão fácil viver o agora e ignorar o que já aconteceu e o que ainda vai acontecer? E quando estiver novamente sozinha, para onde vai correr? Se quiser ir, vá e persista na ignorância que já te fez cair, se quer vendar seus olhos com essa arrogância não sou eu que vou impedir. E também não sou eu que vou te acolher. Eu abri mão de tudo, dos meus sonhos, dos meus planos, dos prazeres e das minhas vontades, abri mão da minha vida por ti. E no final, você me retribui correndo para os braços daquele que te feriu e nunca se desculpou.
Depois não venha se queixar por ter sido abandonada mais uma vez, quem planta ingratidão sempre irá colher solidão. Hoje vivo minha raiva momentânea e preparo o terreno do meu coração, para em breve fazer brotar a indiferença que irá me proteger de você.
Parece que você é viciado em sofrer. Sempre tão cego e cheio que si, que se recusa a ver que está perdido entre as sombras que te rondam. Não consegue ver que em breve, você perderá tudo.
E esse ciclo é tão doentio e insano, tão cruel consigo e com o mundo, que não consigo entender como você dorme tão tranquilamente ao final de cada dia. Não se esqueça que a vida sempre cobra e o preço nunca é baixo.
Preço que você sabe o quanto é caro. Tantas vezes você já pagou pela a sua ambição, tantas vezes você já pagou por nunca estar satisfeito e parece que você nunca aprende. Os sábios diriam que isso é a burrice em seu puro estado.
Burrice ou não, tudo o que eu consigo ver é uma imaturidade enorme somada a uma falta de consideração com quem te rodeia. Mas se você nunca me ouviu, por que ouviria agora? E ao ver tudo isso já imagino sua reação, uma mistura de indignação e raiva. Acho que é difícil ver quem você realmente é pelos olhos dos outros e saber que eles de alguma forma estão certos.
Hoje tenho muito mais medo de me afundar em situações assim do que dos monstros das histórias.
A realidade acaba comigo todos os dias. Preciso de um alívio. Quero voltar a sonhar. Mas darei tempo ao tempo, jurei a mim mesma que não pensaria mais em nós. Você escolheu, então que seja o fim!"
Aline Alves e Vitória Amorim

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