"É preciso sentir pra saber como
agir e tentar não desistir da caminhada.
E foi sozinha que me encontrei.
Distante da realidade das multidões, mas perto de quem realmente sou.
E mesmo que os pensamentos ainda
sejam os mesmos o grande fato é que o caminho é diferente e meus pés estão se
acostumando em pisar em terrenos arenosos.
Com o tempo a gente começa a
entender que difícil mesmo não é acender a fogueira, mas sim mantê-la acesa a
madrugada toda. E infelizmente nem toda fogueira pode nos aquecer...
Entretanto vale o aprendizado de
que nem sempre dizer tudo é o melhor. Muitos falam demais para sentirem-se
superiores ou por cima em alguma situação, porém estes frequentemente acabam
tornando-se escravos de suas palavras e eternos mestres na arte de se
arrepender por não pensar antes de dizer. Entendi isso quando aprendi a me
calar e observar as pessoas, pois se você não pode fazer o bem com o que diz é
melhor não fazer nada mantendo-se em silêncio.
Avisa lá do outro lado que hoje a
Ana Julia do Los Hermanos e vou me perder no ar.
Não deixe de dizer que sou a
Renata do Tihuana e não posso esperar pro resto da vida.
Diga também que sou a Natasha do
Capital, tenho sete vidas, mas ninguém sabe de nada.
E com tudo isso eu sou também sou
o Maurício do Legião e sei que tudo que sonhei foi um sonho meu, mas vejo o
quanto a solidão me cai bem.
E com tudo isso não deixei de ser
a Aline do Skore, que vai levar flores em seu funeral. Sou a Aline do Abril que
espera parar de chover e crê que as canções que eu fiz consigam dizer algo
sobre o que eu sinto.
Sou a todas as Alines, menos a
mesma que fui por anos. Sou todas elas numa só, mas sou uma só diferente delas.
Sou uma árvore no deserto,
lutando para sobreviver mesmo com as adversidades e esperando que alguma
tempestade seja bela o bastante para balançar meus galhos. E mesmo que as
folhas mais fracas caiam, ainda assim me sentirei completa ao saber que não há
sol escaldante que possa secar a vontade de viver que jorra dentro de mim!"
Aline Alves
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