INSEGURA E CONTROLÁVEL


"Gotas de dor mancham a tinta da caneta no papel meio amassado. Cinzas de mim se espalham no ar como um súbito suspiro tendencioso e cheio de sentimentos.
Uma saudade incontida e ingrata, que machuca e aperta no peito. Uma vontade tão grande de estar perto que chego a achar que a anos ela não está aqui, embora estivéssemos juntas a pouco tempo.
E em mim cresce uma insegurança sem motivos e altamente destrutiva. Me sinto impotente, incapaz, insuficiente e não merecedora. Paranoia minha? Talvez, mas prefiro apostar no medo causado pelo trauma de perder várias vezes.
Assim como a vida se acendeu em mim, essa chama queima de uma forma descontrolada dentro de mim.
E como pássaros em bando, pensamentos descontrolados voam pela minha cabeça e eu me agarro firme ao chão para não me perder da realidade, embora já tenha me perdido no mundo que ela criou pra mim.
Me sinto uma louca obsessiva e quase descontrolada ao tentar conter aquilo que cresce em mim.
A muito não exercitava meu autocontrole como tenho feito.
Se me arrependo? Não mesmo, a gente costuma sentir um turbilhão de coisas quando se está apaixonado."
Aline Alves

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