"É incrível a capacidade que eu
tenho de me sentir só, mesmo que eu tenha a prova mais linda do mundo de que eu
não estou sozinha nesse caos.
Não posso dizer que falta algo...
Tudo o que posso dizer é que alguma coisa não está no seu lugar!
Não sei se a culpa é da distância
enorme que me separa de mim, que me afasta das minhas raízes e que mantém a
melhor parte de mim a quilômetros do calor dos meus braços.
Não sei se são as cobranças, em
sua maioria infundadas, que me tiram o sono.
Não sei se é por causa dessa
inercia no qual me afundei que sinto um vazio descompensado e arrogante em mim.
Talvez seja só um trauma das
minhas andanças ou um reflexo cinza das minhas vivencias...
Por sorte as lembranças de um câncer
de 7 anos viraram cinzas nas mãos daquela que foi capaz de trazer a luz para as
trevas. Ou como ela disse: “Seu passado são cinzas agora, pois seu presente e
seu futuro estão em sua frente.”. E é em frente que pretendo ir...
Mas e essa dor crônica, esse
vazio intrínseco, essa falta que não pode ser preenchida? Já é algo tão
enraizado em mim, como uma erva daninha, que sinto que a cada vez que o arranco
ele nasce maior e mais forte!
Sinto que preciso revirar tudo e
refazer aquilo que nunca esteve de fato estruturado em mim, mas ao mesmo tempo
sei que sou completamente covarde e incapaz de enfrentar meus medos e lutar
contra meus monstros. Se não tenho coragem de me assumir diante daquela que
deveria saber tudo de mim, como eu poderia pensar em enfrentar o mundo?
Não sei ao certo o que vai ser,
mas sei que se não for diferente, em breve nem isso mais conseguirá existir!
Ou eu começo a deixar os espinhos
e o suor ou me contento com lágrimas de flores mortas..."
Aline Alves
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