"Em algum lugar no tempo estava
prescrito que eu precisava de algo além do comum para sentir que por algum
momento eu sou imune a dor. Mas como se tornar imune a parte de si mesmo?
Fiquei por algum tempo encostada na
porta do quarto a vendo dormir, esperando que aqueles olhos claros me vissem.
Algo em mim dizia que eu não deveria me importar e deixá-la repousar em seu
mundo dos sonhos, mas havia uma parte muito mais forte que insistia que ela
deveria acordar.
Apenas mais um dia para tê-la ao
meu lado e ela estava ali simplesmente dormindo!
A presença física não deveria ser o
bastante? Às vezes sinto que não!
E no meu egoísmo eu estou aqui,
alimentando uma tempestade em noite estrelada e em silêncio acabo desperdiçando
o tempo que deveria usar para sentir sua respiração.
E quando se vive para cuidar de
alguém, quem é que cuida de nós?
Vou engolir as lágrimas que querem
sair sem permissão e apenas deixar a noite chegar em seu lugar, talvez na
madrugada eu possa me encontrar no silêncio do meu caos interior!"
Aline Alves
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