VELHA PIADA


"Sempre achei um enorme clichê essa história de que os fortes também choram, mas às vezes é realmente preciso. Não me definiria uma pessoa forte, me vejo mais como alguém que tem passado por uma série de acontecimentos difíceis e está encarando de uma forma bem humorada... Difícil é que ninguém se lembra que não há humor a se fazer quando se está só. Não há show sem plateia e no escuro dos bastidores todos os palhaços escondem o sorriso.
Hoje até ensaiei uma briga com Deus, acho que ainda devo desculpas a ele.
Mas não me julgo, pois como manter minha fé se quando começo a ver o mundo de uma forma diferente as pancadas ficam mais fortes?
A grande dificuldade não está em superar, mas sim em aprender a lidar sozinho.
A vida é uma piada sem graça, dessa cheia de bordões manjados e finais esperados. Nós somos apenas aqueles que ficam em casa sábado a noite e por falta do que fazer acabamos consumindo isso. Rimos de um momento ou outro, mas na verdade sempre achamos tudo isso patético e ansiosos aguardamos  o fim para ver os créditos subirem na tela.
Muitas vezes a vida é como aquelas piadas que nossos tios contam no almoço de domingo em família. Uma espécie de “é pavê ou pra comer”. Uma piada velha e esperada que todo mundo já aguarda entediado, esperando a hora de comer a sobremesa e ir para a casa ver TV.
Algumas piadas deveriam ser enterradas, mas infelizmente vão perdurando ao longo dos anos.
Eu como uma boa palhaça continuo aqui tentando interpretar essa velha piada de um jeito novo, pra que talvez isso tudo ainda arranque sorrisos por ai. Na maioria dos casos acaba dando certo. O problema é: Quando as luzes do palco se apagam, quem se lembra do sorriso do palhaço?"
Aline Alves

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